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Economia Solidária já gerou mais de um milhão de empregos

Cooperativas, mutualidades, associações de produtores, esse conjunto heterogêneo de entidades econômicas formadas pela união de pessoas mais que por contribuição de capital e que costuma se rotular como economia social e solidária, já sustenta mais de um milhão de empregos na Argentina. Recuperam empresas fechadas, administram obras públicas ou simplesmente são formadas por jovens profissionais que não estão dispostos a trabalhar sob os parâmetros capitalistas.

Propõem um modelo econômico baseado nas pessoas em primeiro lugar e depois nos mercados, onde cada sujeito participa na produção de maneira ativa e democrática, e atendem as necessidades sociais, depois os interesses econômicos.

A Argentina, onde a economia social produz hoje 10% do produto bruto interno, está na vanguarda no continente e no mundo, segundo uma análise da agência especializada Ansol. Desde 2001 até hoje, tanto para reverter a difícil situação econômica, como porque este setor representa uma renovação para um sistema produtivo golpeado pelas receitas neoliberais, a economia social soube consolidar-se como um decosolidariaos fatores de maior crescimento econômico.

Durante o VI Congresso Federal da Economia Social, a Ministra do Desenvolvimento Social, Alicia Kirchner, destacou que "a economia solidária gera um milhão de empregos, 600.000 de maneira direta e indireta com as cooperativas e mutualidades tradicionais e 450.000 com empreendedores sociais. Estamos dizendo que, dos cinco milhões de empregos que são criados na Argentina, um milhão deles são do setor", assegurou.

Num país com uma forte tradição agropecuária, o associativismo apresentou-se como uma alternativa real e rentável para os produtores do campo. De tudo o que ali se produz, 22 por cento está nas mãos de cooperativas agropecuárias de primeiro e segundo grau, detalha o trabalho de Ansol.

Ao se cooperativizar os produtores somam forças para obter melhores valores no mercado e financiamento para a compra de insumos e fertilizantes. Sua importância no modelo atual ficou demonstrada na reunião da presidenta, Cristina Fernández de Kirchner com as autoridades de Coninagro, dia 17 de outubro.

Nas áreas urbanas também estão presentes as chamadas empresas recuperadas, um setor que na Argentina se fortaleceu, além de ser uma resposta imediata diante da perda de fontes de trabalho pela quebra do sistema neoliberal. Segundo o programa Facultade Aberta, da Universidade de Buenos Aires, elas somam mais de 200 e mantém quase 10.000 empregos em todo o país. Ao somar as empresas que se originam com a figura associativa, há cerca de 16.000 em todo o país.

Estas cooperativas dão trabalho a 400.000 pessoas, entre as quais cerca de 40.000 já estão organizadas em federações e nucleadas na Confederação Nacional de Cooperativas de Trabalho (CNCT). Além disso, há cerca de 5500 trabalhadores associados em cooperativas que executam obras públicas em 127 cidades de todo o país. Recebem materiais e assistência técnica e jurídica através da CNCT e recebem seus salários diretamente pelo Banco Credicoop.

Neste sentido, uma grande parte do crescimento deste tipo de empresas deve-se ao impulso recebido desde 2003 pelo governo, ao criar os programas Argentina Trabalha e as cooperativas chamadas 2038 e 3026, facilitando sua promoção no Instituto Nacional de Associativismo e Economia Social, do Ministério do Desenvolvimento Social.

Segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), as 300 cooperativas mais importantes do planeta igualam em produção ao PIB da décima economia mundial. Como síntese da situação histórica do cooperativismo, que em 2012 celebrará oficialmente seu Ano Internacional declarado pela ONU, o secretário da Confederação Cooperativa da República Argentina (Cooperar), Ricardo López, disse: "O modelo de lucro, de concentração de capital, baseado na renda financeira, está tendo muitas dificuldades no mundo. Aparece a necessidade de outra economia. É provável que ainda não exista uma consciência global de que o setor cooperativo pode ser essa alternativa. Mas estamos cada vez mais perto".

Fonte: Telam

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