Assentos de Estádio serão fabricados com garrafas PET
A população de Brasília poderá participar da construção do Estádio Nacional Mané Garrincha e contribuir para a sustentabilidade da capital do País. A partir do próximo dia 15 terá início uma campanha para arrecadar garrafas PET para a fabricação de cerca de 3,5 mil assentos da arena. Quem fizer a doação receberá em casa um certificado de participação na obra. Ao todo, serão 100 postos de coleta no Distrito Federal.
O projeto foi lançado nessa sexta-feira (9) pelo governo local. “A campanha está sintonizada com o conceito do estádio e a concepção que trabalhamos na cidade”, afirmou o governador do DF Agnelo Queiroz.
Os assentos serão feitos com 100% do material reunido por cooperativas e enviado ao fabricante, no Rio de Janeiro. A parceria também existe para o Maracanã. Para cada cadeira, são necessárias 100 garrafas de 600 ml. No entanto, garrafas de todos os tamanhos podem ser doadas.
Segundo o diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo da Fifa 2014, Victor Bicca, a ação vai incentivar a sustentabilidade. “Com o projeto, que se soma a outras ações sustentáveis no estádio de Brasília, vamos inserir a cultura da reciclagem na rotina das pessoas”, afirmou.
A fabricação de assentos com garrafas PET é mais uma das ações sustentáveis no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha que começou na criação do projeto, com o reaproveitamento dos resíduos do antigo estádio e a utilização de materiais recicláveis na construção.
A reutilização de água também está prevista no projeto. A água da chuva será armazenada em um lago na área externa da arena e em cinco cisternas com capacidade para 6,84 milhões de litros, o que representa 80% da demanda do estádio.
No anel de compressão da cobertura serão instaladas 9,6 mil placas fotovoltaicas para captação de energia solar. Isso vai gerar 2,5 megawatts de energia, que corresponde ao abastecimento de cerca de 2 mil residências por dia. A cobertura permitirá, ainda, a passagem de luz natural, a retenção do calor e a retirada da poluição do ar.
Feira de Produtos Orgânicos de Balneário Camboriú
Teve início na data de hoje(17/08/2011) a Feira de Produtos Orgânicos de Balneário Camboriú. Numa iniciativa do CEMEAR Centro de Motivação Ecológica e Alternativas Rurais, em parceria com o ARMAZEM DO COLONO, localizada na rua 1500 nº 676 e com apoio do CDHI Centro de Direitos Humanos de Itajaí.
A partir de agora, semanalmente todas as 4a. feira, das 07h00 às 13h00 os moradores de Balneário Camboriú poderão contar com produtos orgânicos vindos da região de Presidente Getúlio, fornecidos por cerca de 27 familías de agricultura familiar, distribuidas em 05 municipios que cultivam sem o uso de agrotóxicos.
O Grupo de famílias que fazem parte do CEMEAR estão comercializando também em Itajaí, no Calçadão da Hercílio Luz e futuramente estarão também na cidade de Penha.
O comércio de produtos orgânicos já vinha sendo realizado pela Associação Quilombola Morro-do-Boi, cuja representante a Sra. Sueli Leodoro declarou que continuará com a oferta seus produtos na tradicional FEIRINHA DE PRODUTOS ORGÂNICOS, todos os sábados pela manhã no mesmo local.
Santa Catarina abre a temporada de observação das baleias francas
Um lugar tranqüilo e seguro para dar à luz e amamentar os filhotes nos primeiros meses de vida. Assim é a Praia do Rosa, em Imbituba, para as dezenas de baleias francas que saem da Antártida e vêm ao litoral sul de Santa Catarina nesta época do ano. Se por um lado é uma questão de sobrevivência para a espécie, que já foi considerada quase extinta entre as décadas de 70 e 80 devido à caça, por outro, é uma festa para o turismo local, já que os mamíferos atraem centenas de visitantes à região. É a modalidade de turismo chamada internacionalmente de whale watching.
A Temporada de Observação de Baleias Franca vai de Julho a Novembro. A Base Cangulo já esta operando normalmente os passeios de observação. Por enquanto as baleias também estão se concentrando na região de Garopaba, sendo assim a saída do barco será de Garopaba. Já foram realizadas 10 saídas para avistamento de cetáceos, temos saído com turistas do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e ate mesmo estrangeiros ( grupo de holandeses).
Os passeios tem duração de 2 horas com saídas diárias normalmente pela manhã às 09:00 hs aproveitando o mar mais tranqüilo para navegar e observar os cetáceos.
Os passageiros deverão estar no local de saída ( Operadora Base Cangulo) com 30 minutos de antecedência para receber as instruções de embarque e participar da palestra ambiental sobre a Baleia Franca. As reservas devem ser feitas na intenção de saber como estão as condições de mar e vento para navegação. O ideal é a confirmação em data mais próxima possível da realização do passeio (dois dias antes é uma boa estimativa para a previsão do tempo). Você entrará em contato sobre o final de semana pretendido e desta forma estaremos sempre informando os dados de monitoramento dos cetáceos na região e previsões meteorológicas para o dia da avistagem.
O porto de saída para a avistagem das Baleias Franca será provavelmente em Garopaba onde no ano passado ocorreu a maior incidência delas, caso as Baleias mudem o local de sua permanência na região também poderá haver uma mudança de logística em terra para o embarque em outra praia, mas avisaremos com antecedência.
As saídas para observação são baseadas em informações de avistagens anteriores, e dados coletados por monitoramento terrestre próprio ou de informações do Projeto Baleia Franca.A Operadora Base Cangulo está situada na Rua Manoel Alvaro de Araújo, 236 – Centro Histórico de Garopaba /SC.
As roupas recomendadas devem estar adequadas a estação de inverno, no mar sugeriu sempre estar bem agasalhado por causa dos ventos. Óculos de sol; protetor solar, bonés também são bem vindos, e as sandálias são mais práticas para o embarque que é realizado através de um inflável semi-rígido a partir da praia; quem estiver de tênis pode tirá-lo e recolocá-lo no barco pois sempre há possibilidade de molhar no embarque e desembarque. Com relação aos equipamentos de fotografia e filmagem é interessante ter máquinas fotográficas com dispositivo de disparo repetitivo e zoom de aproximação maior ; mais indicados para captar os movimentos rápidos dos cetáceos... Mas a maioria das máquinas e filmadoras tem boa qualidade de imagem! Detalhe sempre para as pilhas extras caso seja necessário.
Mais informações: BASE CANGULO - PASSEIO DE OBSERVAÇÃO DE BALEIA FRANCA
Endereço: Rua Manoel Álvaro de Araújo, 236 - Centro Histórico de Garopaba /SC
Telefone: (48) 3354-1606 / (48) 8842-2993/ (48) 9928-3901
Site: www.basecangulo.com.br
E-mail: contato@basecangulo.com.br
cangulobase@gmail.com
Fonte: Santur
Licença para desmatar ou matar?
A aprovação das mudanças no Código Florestal pela Câmara dos Deputados, no dia 24 de maio, desencadeou uma onda de violência no campo e voltou a colocar em evidência as trágicas mortes por conflitos pela terra ou pelo uso dos recursos naturais que historicamente marcam o meio rural brasileiro. Aparentemente, a descabida "licença para desmatar" que o Congresso ameaça aprovar já está sendo encarada por alguns setores como uma ainda mais absurda "licença para matar", cujas vítimas seriam lideranças que defendem a reforma agrária, os direitos humanos e a floresta amazônica. Uma situação intolerável que causa tristeza e indignação, e que requer mudanças estruturais para ser revertida.
Em dez dias, a violência no campo deixou pelo menos cinco mortos. Na mesma terça-feira em que os deputados federais votavam alterações no Código Florestal que inevitavelmente aumentarão o desmatamento, Maria do Espírito Santo da Silva e seu companheiro José Claudio Ribeiro da Silva, lideranças de um projeto de assentamento agroextrativista, foram assassinados em uma emboscada perto de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Anunciada aos deputados durante a votação, a notícia recebeu uma mórbida vaia dos representantes da bancada ruralista e de seus entusiastas. Quatro dias depois, o corpo do trabalhador rural Eremilton Pereira dos Santos, possível testemunha, foi encontrado também morto a tiros no mesmo assentamento.
Na sexta-feira daquela semana, na região de Lábrea em Rondônia, foi assassinado Adelino Ramos, líder de um projeto de assentamento agroflorestal, sobrevivente do massacre de Corumbiara, de 1995, no qual pelo menos doze pessoas morreram nas mãos de pistoleiros e policiais militares. No mesmo dia da morte de Adelino, Almirandi Pereira Costa, vice-presidente da associação quilombola de Charco, sofreu um atentado em São Vicente, no Maranhão, mas sobreviveu. Na quinta-feira seguinte, morreu o assentado Marcos Gomes da Silva, baleado duas vezes, uma delas quando já estava sendo transportado para o hospital, em Eldorado dos Carajás, palco da chacina que matou 19 integrantes do MST e completou quinze anos em abril deste ano.
Esses incidentes trazem à tona novamente para a opinião pública nacional e internacional os conflitos no campo brasileiro, cenário de uma realidade conturbada, em que dia a dia aqueles que lutam pela terra, pela preservação das florestas, e por formas sustentáveis de se relacionar economicamente com os recursos naturais, são vítimas de todo tipo de violência, desde ameaças e intimidações até assassinatos brutais, passando por destruições, incêndios e agressões. Repetem-se, assim, as tristes histórias de Chico Mendes, Padre Josimo, Dorothy Stang e de tantas outras pessoas que tombaram anônimas, eliminadas como se suas vidas não valessem nada, silenciadas por forças políticas e econômicas que lucram com o desmatamento ilegal e com a grilagem de terras. Mortes anunciadas, esperadas, previstas, tragédias que poderiam ser evitadas.
Das cinco vítimas nesse período, três haviam denunciado madeireiras por desmatamento irregular e recebiam ameaças de morte há bastante tempo, já informadas às autoridades e divulgadas nos relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O próprio Zé Castanha, como era conhecido o líder agroextrativista, havia anunciado a iminência de seu assassinato em palestras e entrevistas. Segundo dados da CPT, 1.855 pessoas foram ameaçadas de morte pelo menos uma vez de 2000 a 2011, a maior parte delas no Pará. Do total, 207 foram ameaçadas duas ou mais vezes. Destas, 42 foram mortas e outras trinta sofreram tentativas de assassinato.
Um dos fatores que contribui sobremaneira para a perpetuação desse quadro é a impunidade generalizada de que desfrutam os assassinos e os mandantes desses crimes. Segundo a CPT, de 1985 até 2010, foram assassinadas 1.580 pessoas por causa de conflitos no campo. Apenas 91 delas foram a julgamento, com a condenação de 21 mandantes e 73 executores. Dos mandantes condenados, somente Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser responsável pelo assassinato da Irmã Dorothy Stang, continua preso. Especificamente no Pará, um levantamento do governo federal mostra que quase 98% dos casos de homicídios no campo ocorridos nos últimos dez anos ficaram impunes, sendo que grande parte sequer chegou à Justiça. Uma impunidade incompatível com o Estado de direito em que supostamente vivemos.
Em reação aos assassinatos ocorridos, o governo federal reuniu diversos órgãos estatais e ministérios - entre eles o do Desenvolvimento Agrário, o do Meio Ambiente, o da Justiça e a Secretaria Especial de Direitos Humanos - a fim de definir medidas para conter a onda de violência no campo. Entre as ações previstas está a criação de um grupo de trabalho interministerial para acompanhar a investigação dos homicídios e garantir que não haja impunidade, a proteção nos casos mais graves de lideranças rurais ameaçadas de morte, a intensificação das operações "Arco de Fogo" e "Arco Verde", para coibir práticas como a extração ilegal de madeira na região, e a criação de dois escritórios de regularização fundiária nesses locais.
É louvável que o governo federal tome medidas emergenciais para combater o problema, mas é preciso ir à raiz desta situação, que está no apoio dado ao agronegócio, através de largos financiamentos e incentivos fiscais, para garantir suas atividades de exportação, para trazerem divisas para o Estado brasileiro. Como disse D. Tomás Balduíno, conselheiro permanente da CPT, por ocasião do assassinato da Irmã Dorothy, quem mata é o agronegócio: "Esses assassinatos não são motivados por intrigas pessoais. Eles estão ligados à problemática da terra. Onde, além da ocorrência de intimidação, também ocorre execução" (17/02/2005 - Agência Carta Maior). E o Estado, na região Amazônica, no campo - representado pela polícia e pelo judiciário local - é, não raras vezes, defensor dos grandes proprietários e dos grileiros.
Nesse contexto, a aprovação do Código Florestal na Câmara só agrava o problema, antes mesmo de sua votação no Senado e da sanção presidencial. Provoca desde agora uma corrida para o desmatamento que aumenta a tensão fundiária, gera mais insegurança no campo, amplia a vulnerabilidade das populações tradicionais. Pouco adianta punir os responsáveis por esses crimes, aumentar a fiscalização e escoltar as pessoas ameaçadas se não se alterar a desigual estrutura fundiária brasileira e se continuar priorizando projetos que só beneficiam latifundiários, empreiteiras, mineradoras, madeireiras, construtoras. A ABONG acredita que, para além da necessária punição aos envolvidos nos crimes, só com a adoção de outra concepção de desenvolvimento, com uma reforma agrária efetiva, com a proteção dos recursos naturais, com a demarcação das terras das populações tradicionais, essa violência no campo pode ter fim.
Fonte: Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais