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2 de julho, Dia Internacional do cooperativismo

O cooperativismo catarinense é citado como exemplo para o Brasil. Mais da metade da população estadual está vinculada às sociedades cooperativas que, em 2010, faturaram 12,5 bilhões de reais. No ano passado, aumentou em 22% o número de cooperados (hoje, mais de 1 milhão de famílias) e em 10,5% o movimento econômico.

Inspirado pelo Dia Internacional do Cooperativismo – comemorado neste sábado, 2 de julho – o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Marcos Antônio Zordan, analisa o papel social das cooperativas na sociedade contemporânea.

Quais os motivos para comemorar o dia internacional do cooperativismo?

MARCOS ANTONIO ZORDAN Primeiro é o reconhecimento aos pioneiros, que encontraram no cooperativismo uma fórmula lógica e real de buscarem juntos o sucesso para cada indivíduo. Com a impossibilidade de, separados, conseguirem seus objetivos, a cooperação foi a solução. Quando as pessoas têm o mesmo objetivo certamente, ao se unirem, serão mais fortes. Mas o grande motivo é o sucesso do cooperativismo no mundo todo, que sempre busca a valorização do seu maior patrimônio que são as pessoas. Acreditamos que esse é o grande motivo de comemorarmos o Dia Internacional do Cooperativismo. Outro motivo, é que se trata da melhor forma que o mundo tem para a solução das injustiças sociais e reparar suas necessidades e angústias.

Quais as contribuições que o cooperativismo deu para o Brasil nesses quase um século?

ZORDAN Acredito que através de seus princípios, o cooperativismo é capaz de fazer com que as pessoas se sintam mais protegidas e preparadas para as dificuldades que possam vir a enfrentar. O cooperativismo busca, sem distinção, nos seus treze ramos de atividades,  o melhor para cada momento, além de preparar seus participantes para o futuro. Acreditamos que algumas atividades em muitas regiões do Brasil não existiriam se não fosse o grande trabalho do cooperativismo, buscando sempre, através da cooperação, a cidadania.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) definiram como tema para comemorar esta data “Juventude: o futuro do cooperativismo”. Qual a importância de focar nesse assunto?

ZORDAN É por acreditar que a juventude é o futuro do mundo é que o Cooperativismo escolheu esse tema,não poderia ser diferente com relação ao futuro do Cooperativismo. Atualmente, em torno de 14% da população brasileira são jovens e por isso temos que apostar neles.Como base estamos trabalhando em cima do quinto princípio: educação,formação e informação.

O que os jovens representam para o cooperativismo?cooper

ZORDAN Os jovens são a continuidade do mundo, por tanto é neles que devemos acreditar e investir, porque será deles o compromisso não só do Cooperativismo, mas da própria humanidade.

O Brasil passa por um momento econômico de incertezas. Na sua opinião, como fica o cooperativismo nesse cenário?

ZORDAN São nesses momentos que o cooperativismo expressa sua verdadeira importância, dando, além de uma condição financeira mais equilibrada aos seus membros, também valoriza as pessoas.

E sobre a participação das mulheres no cooperativismo, que avaliação se pode fazer?

ZORDAN A mulher tem procurado seu espaço no cooperativismo. Nós temos dado através da Ocesc/sescoop todo o apoio, o que tem surtido um efeito muito gratificante. Falamos para elas que não adianta apenas querer ocupar espaço, mas sim se preparar para tal. E é isso que elas têm procurado fazer na sua grande maioria. Elas têm demonstrado cada vez mais interesse pelo cooperativismo e, com isso, quem ganha são as cooperativas pela forma de atuação das mulheres. Fizemos vários encontros com as mulheres. Neste ano ocorrerá o Primeiro Congresso Catarinense da Mulher Cooperativista.

Como o Sr. avalia o crescimento do cooperativismo catarinense? Em que medida a OCESC é responsável por este sucesso?

ZORDAN O cooperativismo catarinense tem crescido acima da média, principalmente quanto a participação do número de associados  das cooperativas. Isso vem confirmar  que o trabalho desempenhado pela Ocesc tem dado certo, especialmente no que se refere a prática dos princípios. Temos a participação efetiva dos dirigentes, que têm levado a sério com uma governança voltada ao quadro social, mas preocupada também com a condição econômica e financeira da própria entidade. A Ocesc, através  do Sescoop, tem feito um trabalho muito importante, oferecendo treinamentos aos dirigentes, funcionários, associados e familiares, com objetivo de conscientizá-los da importância de suas participações na  sociedade cooperativa.

Está no Congresso Nacional para ser votado há mais de 10 anos o projeto que cria a Lei Geral do Cooperativismo. Por que ainda não foi aprovada a lei? Que avanços do setor essa morosidade tem impedido?

ZORDAN A Lei Cooperativista realmente está no Congresso há muito tempo e muito já foi debatido sobre esse assunto. Infelizmente, não está existindo um consenso sobre o assunto, surgindo alas diferentes, opiniões diferentes, muitas vezes com interesses que não são para o bom desenvolvimento do cooperativismo. Muitas vezes até por desconhecerem a verdadeira atuação do Cooperativismo no País. Preocupados com isso, estamos apelando para que seja aprovado pelo menos o “Ato Cooperativo”, que nos dará melhores condições de desempenharmos nosso trabalho com mais tranquilidade e sucesso.

Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo cooperativismo brasileiro e catarinense?

ZORDAN Infelizmente, temos várias dificuldades. Muitas vezes a falta de consideração dos órgãos públicos; o não-acesso ao mercado aberto de ações; o desconhecimento das pessoas do sistema cooperativo; falta de acesso a determinados Fundos por parte das cooperativas de crédito, que iriam beneficiar os associados e o próprio Brasil; excessiva carga tributária pelo papel de governo que muitas vezes temos que fazer; falta de crédito compatível com o ramo de atuação pelo descriminado crescimento de cooperativas de “fachada”,o que vem a prejudicar aquelas cumpridoras dos princípios.

Para encerrar, quais as expectativas para o futuro do cooperativismo?

ZORDAN O futuro do Cooperativismo, não só no nosso Estado, mas do mundo acredito ser promissor haja vista seu crescimento. Em Santa Catarina, particularmente, temos um crescimento acima da média, como no ano que passou, que o crescimento econômico foi de 10,5%, enquanto o quadro social cresceu 22%. Isso prova realmente o comportamento do Cooperativismo e assim tem sido ano após ano, nos mais diversos ramos. É claro que alguns ramos vêm se destacando no número de associados como Crédito, Consumo, Infraestrutura, Transporte, Saúde e assim por diante. Estamos implementando vários trabalhos no sentido da conscientização da cooperação e cidadania, o que tem dado um grande reflexo na sociedade como um todo. Estamos cada vez mais enfatizando a importância da família  como célula mater do Cooperativismo.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

mb@mbcomunicacao.com.br

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